Conselho de Veterinária do RJ refuta estudo que associa risco de esquizofrenia ao contato com gatos - Vetsapiens

Conselho de Veterinária do RJ refuta estudo que associa risco de esquizofrenia ao contato com gatos

18 de dezembro de 2023
gato

Nota afirma que divulgação de pesquisa pode gerar preconceito e abandono de felinos

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) divulgou uma nota em repúdio à reportagem publicada pelo GLOBO sobre um estudo que apontou associação entre o risco de esquizofrenia e o contato com gatos.

A pesquisa da Universidade de Queensland, na Austrália, analisou 17 trabalhos sobre o tema conduzidos entre 1980 e 2023 e concluiu que indivíduos expostos a felinos domésticos na infância apresentam o dobro de probabilidade de desenvolver o transtorno.

Para o conselho, a divulgação do estudo “sem o devido respaldo de profissionais da medicina veterinária” pode alimentar “preconceitos contra os gatos” e provocar abandono de animais.

A revisão conduzida por pesquisadores australianos reuniu estudos observacionais sobre o tema. Trabalhos do gênero analisam a ocorrência de fenômenos, eventos, comportamentos, hábitos durante um período de tempo e buscam associações entre eles. Isso não significa, portanto, que exista uma relação causal entre ter gatos e desenvolver o transtorno.

Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores para a associação encontrada é a infecção pelo parasita Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose. Felinos fazem parte do ciclo de vida do protozoário e podem transmiti-lo aos humanos por meio das fezes. Entre os sintomas da infecção pelo T. gondii estão manifestações neurológicas.

Na nota, o conselho alerta que a contaminação pelo parasita ocorre por via oral, e não pelo simples contato com os animais. O texto cita informações do médico-veterinário Carlos Wilson Gomes Lopes, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), para listar algumas formas de contágio, como comer verduras contaminadas com fezes de gato, beber água de procedência desconhecida e ingerir carne ou vísceras cruas.

O conselho destaca no texto “a necessidade de um contexto mais técnico e aprofundado sobre o tema”.

Fonte: O Globo

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